Apesar da necessidade de recursos, empreendedores afirmam precisar de condições mais favoráveis para ter acesso a eles. Entre quem já solicitou, apenas 18% conseguiram crédito.
Cerca de 72% das empresas paulistas consideram a oferta de crédito “de extrema importância” para que consigam se recuperar na retomada das atividades. É o que mostra um levantamento realizado pela FecomércioSP com 319 empresas do estado.
A pesquisa foi realizada com MEIs e companhias de pequeno, médio e grande portes. Apenas 0,7% delas não veem nenhuma importância na oferta de crédito para a própria operação, enquanto cerca de 27% consideram importante em alguma medida.
42% dos negócios consultados buscaram crédito nos últimos três meses. Entre eles, 82% tiveram o pedido negado. Os principais motivos, quando conhecidos, foram a exigência de garantias e a inadimplência prévia. Entre as empresas que têm dívidas, as mais apontadas são as relativas a fornecedores (36%), folha de pagamento (30%) e aluguel (24%).
As linhas mais buscadas pelas empresas foram os programas emergenciais criados pelo governo e os empréstimos voltados a capital de giro. As opções também foram apontadas como as mais importantes para permitir a retomada dos negócios daqui para a frente.
Para que tenham condições de obter crédito, porém, 53% das empresas dizem precisar de taxas de juros mais vantajosas. Outros pontos citados foram menos exigências de garantias (35%), programas voltados para microempresas (28%) e maiores prazos de carência (23%) ou de pagamento (16%).
A pesquisa também perguntou se os empreendedores conhecem ou pesquisaram sobre linhas de crédito oferecidas por fintechs. 21% afirmam ter pesquisado, mas não consideraram as opções vantajosas ou fáceis de acessar. 25% disseram não considerar a alternativa interessante e 54% desconhecem as fintechs.
As condições consideradas ideais pela maior parte dos empreendedores ouvidos são taxas de até 5% ao ano (88%) e mais de seis meses de carência (60%). Segundo a FecomércioSP, o levantamento evidencia o papel da oferta de crédito para a retomada das empresas.
“Mais do que juros baixos e menores restrições, será necessário garantir, assim como ocorreu com alguns programas de crédito emergenciais, condições como essas e também mais prazo e boa carência diante da fragilidade financeira e de receitas de muitas empresas, em especial para alguns setores mais afetados durante a pandemia”, avalia a entidade.
Fonte: Globo.com