Com o atual cenário de juros baixos e de economia precisando de estímulos, o capital que circula no Brasil segue sem grandes retornos, mostrando que precisa se voltar ao investimento direto nas empresas e nos mercados. Sendo destes a necessidade de se autorregular para atender suas exigências e demandas de solvência e de governança.
Saber como lidar com o capital de giro é essencial para gestores e empresários de todos os nichos. A saúde de uma empresa dependerá, em muitos momentos, dos valores acumulados para o seu funcionamento e da sua capacidade de se reinventar. Esse capital deve ser aplicado para dar mais estabilidade ao negócio, portanto, é preciso controlar e equilibrar contas, bem como atender às demandas diárias da empresa e da legislação em vigor.
Atentar-se ao mercado é fundamental para realizar avaliações sob novos investimentos e resultados. O objetivo é descobrir o que pode ser aperfeiçoado e assim impulsionar os resultados da empresa.
A avaliação de novos investimentos e resultados não é algo simples. É preciso estabelecer objetivos e seus prazos, sendo que ao final do período estipulado para cada um, gerar uma gama de relatórios específicos (mensal, trimestral, semestral e/ou anual). Em resumo, as avaliações são parte importante do processo de planejamento estratégico da empresa.
Ela é baseada na comparação entre os resultados previstos e realizados, tendo como parâmetro os indicadores relevantes para determinadas metas. Não basta procurar novos clientes, diversificar produtos, melhorar a qualidade dos serviços. Sim, isso tudo é fundamental, mas sem uma boa gestão empresarial e financeira todos os resultados serão perdidos.
A decisão de participar ou não como agente no mercado financeiro, difere da participação em outros mercados, visto sua forte regulamentação e condições concorrências. É importante seu conhecimento, e de mesmo modo tem importância a identificação do nicho de atuação nele.
Consultoria Financeira e de Investimentos
Padrão CVM – Comissão de Valores Mobiliários
Numa consultoria individual, empresarial ou familiar, o consultor pessoal busca por avaliar e organizar a vida financeira dos seus clientes para que eles alcancem seus objetivos financeiros da melhor maneira possível, sempre primando por estratégias alinhadas ao seu atual momento de vida.
O consultor financeiro e de investimentos é o profissional responsável por orientar os clientes em suas decisões de tesouraria e de investimento estratégico. Por isso, esse trabalho envolve, de um lado as atividades de avaliação dos ativos financeiros e, de outro, a avaliação das características dos clientes. Levando em conta, aspectos de governança das estruturas.
Para a boa condução, é interessante o profissional ser regulado pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, o órgão organizador do mercado financeiro, para oferecer toda segurança e profissionalismo que esse mercado exige dos trabalhos contratados.
Modelo de Consultoria
Além de auxiliar na estratégia de investimentos, um consultor é capaz de analisar processos já em andamento e planejar ações que continuem colaborando para mensurar os riscos e buscar crescimento sustentado do capital.
O trabalho envolve uma análise criteriosa da situação e do seu momento, cultura e particularidades. Assim como o diagnóstico de problemas ou situações que precisam de uma estratégia mais elaborada para melhorar os resultados e retornos.
O controle, a organização e a análise das finanças fazem com que as tomadas de decisões sejam muito mais planejadas e, consequentemente, assertivas.
O papel é totalmente estratégico e por se tratar de uma visão externa, é 100% profissional, sem conflito de interesses com agentes financeiros ou bancários, mantendo a ideia de envolver um planejamento financeiro completo e duradouro.
- Tipos de consultoria
No momento consideram-se três tipos de consultorias financeiras e de investimentos:
- As pessoais e familiares;
- As empresariais;
- As de emissões no mercado de capitais.
- Planejamento financeiro com diagnóstico da situação financeira;
- Controles financeiros com foco em lucro ou prejuízo, contabilizando corretamente entradas e saídas;
- Precificação de ativos atuais, novos e futuros (investimentos x oportunidades);
- Sistemas administrativo-operacionais e os controles internos administrativos utilizados nas gestões orçamentária (fluxo de caixa), contábil, financeira, patrimonial, operacional e de pessoal;
- Avaliar e mapear a situação financeira dos investimentos, dos investidores, dos empresários e/ ou da empresa (patrimônio de afetação);
- Sugerir e executar planos, projetos e atividades que envolvam projeções e aplicação de recursos;
- Estruturações no mercado de capitais com registro ou não.
- O Processo da consultoria contempla as seguintes etapas
- Análise da estrutura financeira;
- Planejamento dos trabalhos;
- Diagnóstico;
- Comunicação dos resultados e plano de ação;
- Execução do plano de ação;
- Acompanhamento dos planos e do projeto estratégico.
- Execução
A execução compreende a realização de provas e reunião de evidências em quantidade e qualidade, baseando-se nos objetivos, critérios e na metodologia selecionada durante o planejamento.
A fase de execução dos trabalhos de consultoria ou exames é comumente chamada de trabalho de campo e consiste na coleta de evidências, compreendendo as seguintes etapas (due diligence):
- Reunião de abertura dos trabalhos;
- Estudo e avaliação;
- Exames e coleta de evidências;
- Registro em papeis de trabalho;
- Elaboração do relatório de consultoria.
- Comunicação dos resultados
As recomendações e indicações para os investimentos identificados:
- Proposição de ações destinadas à estruturação;
- Conclusão com síntese de avaliação dos ativos propostos;
- Participação na elaboração de minutas e textos técnicos;
- Anexos – se necessários, os anexos tem o objetivo de detalhar constatações, inconformidades ou recomendações. Os anexos constituem em documentos originais, legislação, notas de esclarecimento e etc.
- Apêndices – se necessários, os apêndices são documentos elaborados pelo próprio consultor para auxiliar na análise de dados e embasar suas conclusões e recomendações.
Métodos
O modelo estabelece uma estrutura de controles internos e fornece ferramentas de avaliação para uso de empresas e de outras entidades para avaliar seus sistemas de controle. No modelo, a integração dos controles se baseia no uso de uma estrutura tridimensional (o chamado cubo do COSO), cujas dimensões compreendem os objetivos da organização, as unidades da organização e os componentes de controle.
O modelo tornou-se referência mundial, pelo fato de:
- Uniformizar definições de controle interno;
- Definir componentes, objetivos e objetos do controle interno em um modelo integrado;
- Delinear papeis e responsabilidades da administração;
- Estabelecer padrões para desenho e implementação;
- Criar um meio para monitorar, avaliar e reportar controles internos.
Para a realização dos objetivos fundamentais estabelecidos na missão e visão da organização o modelo estrutural definiu quatro categorias de objetivos comuns a praticamente todas as organizações (face superior do cubo), os quais devem ser previamente fixados para permitir a identificação e análise de riscos que poderão impactá-los, formando uma base de conhecimento para definir como esses riscos deverão ser gerenciados. Essas categorias de objetivo são as seguintes:
- Estratégico: relacionado à sobrevivência, continuidade e sustentabilidade da organização. Referem-se às metas de alto nível, alinhadas e servindo de suporte à missão.
- Operacional: efetividade e eficiência das operações e adequada salvaguarda de ativos e recursos contra perdas, mau uso ou danos.
- Comunicação: confiabilidade da informação produzida e sua disponibilidade para dar suporte ao processo decisório e para o cumprimento das obrigações de contabilidade.
- Conformidade: aderência às leis e regulamentações aplicáveis à entidade, e às normas, políticas, aos planos e procedimentos da própria organização.
- Método SMART:
Trata-se de uma técnica que confere mais eficiência a qualquer planejamento ao estabelecer metas e objetivos. Conheça os princípios:
- S (Specific ou Específica): ser detalhista e não ser genérico. Ser descritivo;
- M (Measurable ou Mensurável): definir o tempo necessário para a equipe alcançar a meta e precisa ser observável por meio de algum indicador. Ex.: se o objetivo for aumentar as vendas, poderá avaliar os resultados por meio dos faturamentos mensais;
- A (Attainable ou Alcançável): a meta tem que ser compatível com a realidade. Pode ser ambiciosa, mas não absurda;
- R (Relevant ou Relevante): a meta tem que fazer sentido para os colaboradores e trazer resultados positivos para a empresa;
- T (Time ou Tempo): estabelecer um período para o objetivo ser alcançado ou ter um prazo para a meta ser cumprida, caso contrário ela não será levada a sério.
Como métodos acessórios e não menos importantes: o diagrama de Ishikawa, o ciclo PDCA, o 5W2H e a matriz GUT. Todas essas soluções impactam diretamente a causa dos problemas. Assim que as melhorias são aplicadas, deve-se revisá-las com frequência e acompanhar sua implementação e manutenção.
Por: Delmison Johnny Vivan (johnny.vivan@finanblue.com.vc)
Executivo de carreira com 25 anos de atuação no mercado financeiro e de capitais, registrado por “Honoris Causa” desde 2.011 como Consultor na CVM sob nº 655-6.
Executivo de carreira com 25 anos de atuação no mercado financeiro e de capitais, registrado por “Honoris Causa” desde 2.011 como Consultor na CVM sob nº 655-6.