Segundo analistas, os ajustes finais são o pontapé para o open finance, evolução do open banking, por incluir grande parte do sistema financeiro nacional, como cooperativas de crédito e corretoras
Nesta quarta-feira (15), o Banco Central dá início à última fase do open banking . Segundo analistas, os ajustes finais são o pontapé para o open finance.
Enquanto o open banking pode se caracterizar pelo compartilhamento de dados e serviços bancários, o open finance é mais amplo, incluindo grande parte do sistema financeiro nacional, como cooperativas de crédito e corretoras.
“Com essas complementações poderemos dizer que teremos um open finance implementado no Brasil. O grosso do mercado e as principais transações estarão contemplados, inclusive para pessoa jurídica. É uma data importante”, diz Thiago Brehmer, sócio líder da área de serviços financeiros da Grant Thornton Brasil.
Nesta última etapa, podem ser compartilhadas informações sobre produtos de investimentos, previdência, seguros e câmbio e contas-salário, desde que seja a vontade do cliente. Também será possível acessar as características destes produtos e serviços disponíveis para contratação no mercado.
As mudanças, porém, devem demorar a chegar na ponta final. No primeiro momento, as instituições participantes vão se organizar para poderem compartilhar as informações. Apenas em 31 maio de 2022 que os clientes poderão autorizar e solicitar a facilidade.
A terceira fase, que entrou em vigor com atraso em outubro, também só acaba no próximo ano.
“É um processo. Daqui dois anos vamos entender como o open finance vai mudar o mercado financeiro. Por enquanto, os participantes do mercado estão se adaptando às regras e as soluções vão aparecer com o tempo”, afirma Guilherme Assis, presidente do consolidador de investimentos Gorila.
Os primeiros passos do open banking começaram a ser disponibilizados ao público em agosto. De acordo com o BC, até o momento, brasileiro consentiram cerca de 1 milhão vezes ao compartilhamento de dados bancários.
“Os testes demoraram mais do que o BC imaginava, o que levou à prorrogação de prazos, mas ano que vem a adesão tende a mudar complemente”, diz Cintia Falcão, consultora jurídica da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).
Segundo os especialistas, como são poucos os serviços já ofertados, a participação dos brasileiros ainda é incipiente.
“O open banking ainda está muito inicial. As pessoas ainda não entendem o benefício, mas ano que vem será possível compartilhar dados para se ter ofertas de crédito mais adequadas, o que deve aumentar a procura. O grande objetivo do BC é aumentar a concorrência com produtos mais baratos e específicos”, afirma Cintia.
Brehmer, da Grant Thornton, faz um paralelo com o PIX e aponta que o open finance é muito mais complexo em termos de implementação. “A partir do momento que as pessoas percebem o benefício, se fomenta a cultura do open finance”.
Veja o calendário com os próximos passos do open banking:
15 de dezembro de 2021
Início da fase 4: troca de informações entre as instituições sobre produtos financeiros como câmbio, investimentos, previdência e seguros
15 de fevereiro de 2022
Compartilhamento de serviços de transferências entre contas do mesmo banco e TED
30 de março de 2022
Compartilhamento do envio de propostas de operações de crédito a clientes que aderirem ao open banking
31 de maio de 2022
Compartilhamento de dados de clientes referentes aos produtos da fase 4
30 de junho de 2022
Compartilhamento de serviços de pagamento por boleto
30 de setembro de 2022
Compartilhamento de serviços de débito em conta
(Com Agência Brasil)
Fonte: Inteligência Financeira.
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